Dados do Trabalho
TÍTULO
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA COMPARATIVA ENTRE AS RAZÕES DE MORTALIDADE MATERNA DO BRASIL E DO CEARÁ ENTRE 2011 A 2020
OBJETIVO
Comparar o comportamento da Razão de Mortalidade Materna (RMM) no estado do Ceará e no Brasil entre os anos de 2011 a 2020.
MÉTODOS
Estudo epidemiológico descritivo, longitudinal retrospectivo, cujos dados foram coletados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Os dados pesquisados foram referentes aos óbitos maternos no estado do Ceará e do Brasil no período de 2011 a 2020. Em seguida, os dados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Word e calculou-se a RMM, que é definida pelo nº de óbitos maternos diretos e indiretos dividido pelo nº de nascidos vivos no mesmo período x 100.000. Os dados são secundários e de domínio público, por isso a pesquisa não foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS
O número de óbitos maternos registrados no Brasil entre os anos de 2011 e 2020 foi 16.943, sendo 860 (5,1%) no estado do Ceará, o sétimo maior valor quando comparado aos outros estados. A Razão de Mortalidade Materna no Ceará, neste período de dez anos, foi de (67,28), razão maior que a brasileira, que foi de (58,37). O ano de 2015 foi aquele em que a RMM foi menor no Ceará (49,05), mas não no Brasil que estava (57,59). 2012 foi o ano em que o Brasil atingiu o menor número de RMM com (54,47), enquanto no Ceará no mesmo período foi 68,43. Em todo o período do estudo, a RMM do Brasil estava se mantendo constante, sem alterações consideráveis, porém a do estado do Ceará apresenta diversas variações, como em 2012 (69,36) e aumentou para (74,47) em 2013, reduzindo novamente em 2014 (65,27). Outra redução da RMM no Ceará ocorreu entre 2018 (68,44) e 2019 (58,05). O ano de 2020 influenciou nas razões tanto do Brasil (71,97) quanto do Ceará (97,61), demonstrando grande aumento de variação, principalmente nos valores do Brasil, que apresentava taxa de redução 7,9% em RMM até 2019.
CONCLUSÕES
Os resultados demonstram que tanto o Brasil quanto o Ceará estavam apresentando reduções na RMM, no entanto em 2020, possivelmente com a pandemia de COVID-19, houve aumento, evidenciando o impacto na mortalidade materna. As reduções anteriores eram também consideradas pequenas, quando associadas às razões elevadas, pois a meta para os países é de trinta óbitos maternos por cem mil nascidos vivos até 2030. Nesse contexto, são necessários mais estudos sobre mortalidade materna e aumento de ações e de estratégias que garantam a saúde materno-fetal a nível do estado avaliado e a nível nacional.
Área
OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais
Autores
Mariana Queiroz de Souza, Ingrid Barbosa Lopes, Gabriel Marcos Leônidas, Giulia Queiroz Cavalcanti, Luisa Rolim Miranda, Fernanda Alves de Paula, Francisco Herlânio Costa Carvalho, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar