60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Rastreamento do câncer de colo uterino do estado de goiás entre 2014 e 2021

OBJETIVO

O estudo visa analisar a incidência de lesões e inconformidades indicativas de câncer cervical no exame citopatológico (Papanicolau) em pacientes do estado de Goiás entre 2014 a 2021. Ademais, propôs-se a comparação da ocorrência de exames citopatológicos no período da pandemia (2020 a 2021) em relação a 2019.

MÉTODOS

Por intermédio da plataforma SISCAN (Sistema de Informação do Câncer), foram analisados os dados de Goiás acerca dos exames citopatológicos de câncer cervical entre mulheres de 15 a 75 anos ou mais no período de 2014 a 2021. As variáveis estudadas incluíram: município, faixa etária, presença de citologia anterior, adequabilidade do exame, tipos de laudo citopatológico, presença de células endometriais, motivo do exame e inspeção do colo. As informações obtidas foram tabuladas usando o software “Excel”. Não houve a submissão do estudo ao Comitê de Ética, visto que os dados são de domínio público.

RESULTADOS

Foram realizados no período estudado 1.372.470 exames, dos quais 41.728 apresentaram alterações malignas. Nos exames das pacientes de 35 a 39 anos houve maior quantidade de anormalidades sugestivas de câncer, com 5.404 laudos alterados. Ademais, 77% dos exames anormais provieram de pacientes que já haviam efetuado o rastreamento anteriormente, o que corrobora a necessidade de realização frequente do Papanicolau em idade fértil. No período pandêmico, constatou-se a queda do número de exames citopatológico efetuados, pois em 2019 foram realizados 206.291 exames, em 2020 o número caiu para 103.100 ( aproximadamente 50%) e, em 2021, 161.719, representando uma queda total de 21,6%. Portanto, houve considerável redução da assiduidade do rastreamento devido à dificuldade e o medo de frequentar ambientes de saúde no cenário pandêmico.

CONCLUSÕES

Notou-se que há subnotificação de rastreamentos com laudos anormais, dado que somente 3% do total de exames estavam alterados, o que impacta na epidemiologia do câncer de colo uterino que é a 3º neoplasia maligna que mais acomete mulheres brasileiras. Outrossim, verificou-se que a pandemia causada pelo novo coronavírus afetou gravemente a frequência do rastreamento e, por conseguinte, vários casos de lesões sugestivas do câncer cervical foram omissos durante o isolamento social.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Millena Cardoso Sales Santos, Flávia Peixoto da Silva Guimarães, Isabella Martins Thomaz, Isabella Isaac Lopes, Fernanda Rassi Alvarenga, Andreia da Silva Souza, Iane de Oliveira Pires Porto