60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

TREINAMENTO MUSCULAR NA RECUPERAÇÃO DA FORÇA DO ASSOALHO PÉLVICO APÓS O PARTO VAGINAL

OBJETIVO

Analisar os sintomas de perda urinária em gestantes e avaliar a musculatura do assoalho pélvico (MAP) em puérperas, antes e após o treinamento com exercícios perineais.

MÉTODOS

Estudo transversal, quantitativo, realizado em Ambulatório de Puerpério de Hospital Universitário no Rio Grande do Sul, no período de agosto de 2020 a dezembro de 2021. A amostra se constituiu por mulheres que tiveram parto vaginal, sem ou com laceração de 1º e 2º graus. Critérios de exclusão: paridade ≥4, episiotomia, laceração de 3º e 4º graus, cirurgia de correção perineal anterior. A avaliação se deu por entrevista e aplicação do instrumento de avaliação do Pelvic Floor Impact Questionnaire (PFIQ-7) referentes aos hábitos de vida antes e durante a gestação. A força da MAP foi avaliada por meio da palpação digital, graduada pela Escala Modificada de Oxford pelo mesmo fisioterapeuta, mensalmente por três meses. No estudo foram definidos dois grupos: grupo intervenção (GI, n=61) que recebeu treinamento com exercícios perineais e os executou durante o período de estudo e grupo controle (GC, n=63) que foi apenas avaliado. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa (CCAE 23081.064926/2019-94). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, teste U de Mann-Whitney, teste de Friedmann e teste de Wilcoxon. O nível de significância foi p<0,05.

RESULTADOS

A idade média foi 28,3 (±6.5) anos e 75% das pacientes apresentaram perda de urina durante a gestação. Entre a primeira e segunda avaliação do PFIQ-7, houve melhora dos sintomas de perda urinária que ocorreram durante a gestação tanto nos grupos intervenção e controle. O grau de força da MAP entre as avaliações, pela Escala de Oxford Modificada, apresentou aumento significativo da força em ambos os grupos porém, no GI esta diferença ocorreu entre a primeira e segunda avaliação, mantendo-se crescente na terceira avaliação. No GC houve diferença entre as avaliações 1 e 3, com aumento mais lento da força da MAP quando comparado ao GI. Ademais, o valor da Escala de Oxford Modificada na terceira avaliação no GC mostra-se inferior aos valores encontrados na segunda e terceira avaliações do GI. O GI e GC foram significativamente diferentes na terceira avaliação.

CONCLUSÕES

O treinamento pós-parto da MAP acelera a recuperação do organismo feminino no puerpério, com melhora da força da MAP, do tônus perineal e diminuição da incontinência urinária, favorecendo a melhora da qualidade de vida da mulher.

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

Isadora Benetti, Cristine Kolling Konopka , Luciane Flores Jacobi