Dados do Trabalho
TÍTULO
Perfil epidemiológico da Sífilis Gestacional no estado do Pará de 2016 a 2021
OBJETIVO
Determinar o perfil epidemiológico de gestantes com diagnóstico de sífilis durante o pré-natal, a fim de servir de base para implementação de políticas públicas voltadas para garantir um pré-natal de qualidade e educação em saúde sexual e reprodutiva.
MÉTODOS
Configura-se como um estudo do tipo ecológico, observacional, descritivo e transversal, com dados referentes a sífilis em gestantes no estado do Pará, no período de janeiro de 2016 a junho de 2021, obtidos na plataforma online dos Indicadores de Sífilis do Ministério da Saúde, baseados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação – SINAN/DATASUS e cujas variáveis analisadas foram: idade gestacional, idade materna, ano do diagnóstico, escolaridade, cor/raça e classificação clínica.
RESULTADOS
Foram notificados 10.966 casos de sífilis em gestantes no período em estudo e, dentre eles, foi constatado a maior incidência de sífilis diagnosticada no 3º trimestre de gravidez (41%), na faixa etária de 20-29 anos (53%), ensino fundamental incompleto (22%), raça/cor parda (81%) e cuja fase clínica no momento do diagnóstico era sífilis primária (43%).
CONCLUSÕES
Conclui-se que o perfil epidemiológico dessa patologia no estado do Pará segue em concordância com o de diversos estados do Brasil, demonstrando que ainda há muito o que melhorar no acesso à saúde de qualidade. Os achados como maior incidência em raças não brancas e com baixa escolaridade, que historicamente correspondem às populações com menores condições socioeconômicas, refletem um menor acesso à saúde. Esse acesso precário a um pré-natal de qualidade tem como consequência diagnósticos cada vez mais tardios, em idades gestacionais avançadas, dificultando um tratamento eficaz a fim de proteger o concepto da transmissão vertical.
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação
Autores
Gisele Moura de Oliveira Leite, Yasmin Melo da Silva Santana, Daniele Socorro de Brito Souza Paiva