60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE LGBTQIA+FOBIA ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UMA MATERNIDADE ESCOLA

OBJETIVO

Avaliar o nível de preconceito contra a comunidade LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, trangêneros, transexuais e travestis, queers, intersexos e assexuais) entre profissionais de saúde de uma Maternidade Escola.

MÉTODOS

É um estudo transversal quantitativo realizado por meio de questionário online anônimo com médicos, graduandos de medicina e profissionais de enfermagem de uma Maternidade Escola. Foi utilizada a Escala de Preconceito contra a Diversidade Sexual e de Gênero de Angelo Brandelli e a Escala de Homofobia Implícita e Explícita de Maria Nieves e Carla A. Marinho para a avaliação do preconceito. Para comparar variáveis de grupos com baixo, intermediário e elevados níveis de preconceito foram utilizados os testes exato de Fisher, qui-quadrado de Pearson e Kruskal-Wallis. Os dados foram apresentados em média, desvio-padrão e mediana, em N e porcentagens. Foi adotada significância de 5% e utilizado o software R versão 4.0. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAAE 57015522.2.0000.5050).

RESULTADOS

Ao total foram 167 participantes, dos quais 69% apresentaram escores elevados e intermediários de homofobia. Ao serem questionados sobre aversão, 2.4% concordam que gays são nojentos (p<0.001), 1.2% concordam que lésbicas são nojentas (p<0.001) e 1,2% têm nojo de travestis (p<0.001). Sobre relação sexual entre pessoas do mesmo sexo, 9,6% concordam que sexo entre homens é errado (p<0.001) e 9% concordam que sexo entre mulheres é errado (p<0.001). Em relação às assertivas relativas à transfobia, 34% pessoas discordam que iriam a um bar frequentado por travestis, 7,8% concordam que mulheres masculinas devem receber algum tipo de tratamento e 5,4% concordam que mulheres que se vêem como homens são anormais (p<0.001). 7,2% concordam que operações de mudança de sexo são moralmente erradas. Os cisheterossexuais corresponderam a 94.7% dos escores de elevado nível de preconceito (p 0.015). 100% do grupo de alto nível de homofobia obteve altos escores em homofobia explícita, em contraste com o grupo de baixo nível de homofobia, que teve 0% (p<0.001).

CONCLUSÕES

Na avaliação, observou-se alto nível de preconceito contra a comunidade LGBTQIA+ entre os profissionais da saúde participantes. Não houve diferença estatística nas respostas em relação à homossexualidade masculina e feminina, já as afirmações relativas à expressão de gênero e cisheteronormatividade sugerem maior nível de transfobia entre os participantes.

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade

Autores

Letícia Nacle Estefan Sobral, Amanda Madureira Silva, Alícia Mourão Vieira, Paulo Henrique Pessoa Nobre, Letícia Soares Amorim, Débora Fernandes Britto, Raquel Autran Coelho Peixoto, José Armando Pessoa Neto