Dados do Trabalho

TÍTULO

Útero didelfo e Vagina septada com pólipo em achado Histeroscópico

CONTEXTO

As anormalidades do trato reprodutivo feminino estão associadas a problemas ginecológicos e obstétricos. Malformações complexas além de gerarem problemas de fertilidade, causam sintomas clínicos e impactam na qualidade de vida.
O exame de imagem é importante para alertar e auxiliar no diagnóstico e conduta individualizados. O útero de Didelphys apresenta dois hemiúteros com dois colos e uma vagina dupla. O novo sistema de classificação ESHRE/ESGE assimilou o didelfo ao útero bicorno, incluindo-o como útero bicorpóreo completo. Relatamos um caso de útero didelfo e vagina septada com pólipo em achado histeroscópio, aprovado pelo Comitê de Ética com CAAE 52415521.6.0000.8069.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

TGS, 57 anos, G2PC2, procurou ambulatório de ginecologia devido ao aumento do fluxo menstrual. Paciente sabidamente portadora de útero didelfo. Realizou ultrassonografia transvaginal que evidencia útero didelfo e espessamento endometrial em ambas as cavidades uterinas (à direita medindo 1,3 cm e à esquerda medindo 1,8 cm de espessura). Ao exame físico inicial, no momento da videohisteroscopia, paciente em posição ginecológica, visualiza-se vulva parcialmente tricotomizada, pequenos lábios hipotróficos, clitóris e uretra normoposicionados, períneo íntegro, óstio vaginal com presença de septação que divide a vagina em duas cavidades, direita e esquerda sem comunicação. Ao introduzir o espéculo de Collins à direita, paredes vaginais com perda de coloração e tonicidades, colo médio, aparentemente epitelizado e orifício em fenda. Na cavidade vaginal à esquerda, paredes vaginais com as mesmas características da cavidade à direita, colo hipotrófico, desviado para à direita e orifício em fenda. Na videohisteroscopia, cavidade à direita sem anormalidades, sem comunicação com a cavidade à esquerda, essa por sua vez, apresenta imagem nodular e pedicular. Realizada a exérese com ressectoscópio, extração do material pediculado e encaminhado para anatomopatológico com diagnóstico de pólipo endometrial.

COMENTÁRIOS

O espessamento e pólipo endometrial no útero didelfo é pouco descrito na literatura. O caso exemplifica diagnóstico e tratamento por via ultrassonográfica e videohisteroscopia em uma mulher com sangramento uterino anormal. Portanto, tem sua importância por ser uma malformação rara, com repercussões que impactam a qualidade de vida e apresentando patologia que necessita de intervenção. Dessa forma, a necessidade de investigação através da endoscopia ginecológica possibilita um desfecho favorável.