Dados do Trabalho
TÍTULO
Fisioterapia Versus Radiofrequência em Mulheres com Frouxidão Vaginal: Ensaio Clínico com 6 meses de seguimento
OBJETIVO
Comparar o efeito da radiofrequência (RF) e do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) no tratamento de mulheres com frouxidão vaginal (FV).
MÉTODOS
Ensaio clínico prospectivo, paralelo, randomizado, incluindo mulheres com idade ≥ 18 anos, com queixa de FV avaliada por pergunta direta (sim/não) e classificada por questionário (Vaginal Laxity Questionnaire), entre fevereiro de 2020 a dezembro de 2021 em um hospital terciário. Dois grupos (RF – Wavetronic 6000 Megapulse Fraxx e TMAP) foram avaliados na linha de base e 6 meses após as intervenções (RF: 3 sessões com intervalo de 4 semanas; TMAP: 12 sessões individuais por 12 semanas). O desfecho primário foi a indicação de melhora dos sintomas de FV por meio da Avaliação da Resposta Global (ARG). Os desfechos secundários foram as mudanças nos escores dos questionários (FSFI, FSDS-R, ICIQ-SF, ICIQ-VS e Escala de Marinoff), na Escala de Oxford modificada e na quantificação de prolapso de órgãos pélvicos (POP-Q). A análise foi feita por intenção de tratar. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CAAE—12919119.9.0000.5404) e registrado em bases de ensaios clínicos (REBEC—RBR-2zdvfp). Um total de 34 mulheres em cada grupo foi encontrado no cálculo amostral, considerando um poder de 80%, alpha de 5%, perda de 30% de pacientes e uma diferença de 7 pontos na escala FSFI do grupo RF versus 3 pontos no grupo TMAP.
RESULTADOS
De 167 participantes, 87 foram incluídas (RF n=42; TMAP n=45), apresentando características clínicas e sociodemográficas homogeneamente distribuídas. O tipo de intercurso sexual (p=0.486), a duração da frouxidão vaginal (p=0.941), a percepção da FV (p=0.681) e o tipo de queixa de FV (p=0.648) não diferiu entre os grupos. Todos os questionários (FSFI, FSDS-R, ICIQ-VS, ICIQ-SF e Escala Marinoff) apresentaram melhora (p<0.05) em seus escores totais e escalas para os dois grupos 6 meses após as intervenções. A ARG não se apresentou estatisticamente diferente entre os grupos(p=0.138). Ao exame físico, o POP-Q mostrou melhora significativa nos pontos Aa, Ba e Ap(p<0.001) no grupo TMAP e no ponto C(p=0.028) no grupo RF. A força dos MAP melhorou significativamente nos grupos RF(p=0.049) e TMAP (p<0.001).
CONCLUSÕES
Tanto a RF quanto o TMAP melhoraram os sintomas sexuais, vaginais e urinários 6 meses após as intervenções. Apesar do grupo TMAP ter apresentado maiores ganhos na força dos MAP e no POP-Q, os grupos não se diferiram quanto a ARG após 6 meses de intervenção.
Área
GINECOLOGIA - Uroginecologia
Autores
LUIZ GUSTAVO OLIVEIRA BRITO, GLAUCIA MIRANDA VARELLA PEREIRA, CRISTIANE MARTINS DE ALMEIDA, KLEBER CURSINO DE ANDRADE, NATALIA MARTINHO, CASSIA RAQUEL TEATIN JULIATO