60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

A CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON E A INDICAÇÃO DE CESÁREAS NA ASSISTÊNCIA MATERNA DO BRASIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

OBJETIVO

Objetivou-se avaliar as várias realidades nacionais no contexto da assistência à gestante utilizando a Classificação de Robson (CR) e a Taxa de Cesárea (TC).

FONTE DE DADOS

Três bancos de dados foram pesquisados (Pubmed, Embase e Scielo). Foram utilizadas as referências de 2011 até o dia 22 de janeiro de 2021. A análise de viés foi realizada por meio da ferramenta Axis.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

A estratégia de busca rendeu 705 citações após a exclusão dos artigos duplicados, mas apenas 12 foram incluídos. Nenhuma das referências incluídas avaliou, de forma isolada, as realidades das regiões Norte e Nordeste. Não se encontrou, também, Caso-Controle, nem tampouco Estudos Clínicos Randomizados. Foram incluídos artigos originais que utilizaram a CR para estratificar as mulheres, bem como a classificação empregada na avaliação da indicação do Parto Cesárea (PC). Como critérios de exclusão foram determinados: i) estudos estritamente teóricos; ii) estudos em que a categorização foi duvidosa ou pouco clara; iii) estudos que incluíam populações de outros países na análise - além da brasileira.

COLETA DE DADOS

As informações extraídas de cada artigo incluíam: 1) título do estudo; 2) ano de publicação; 3) tipo do estudo; 4) tipo de fonte de dados; 5) região da população estudada; 6) número de mulheres avaliadas; 7) distribuição das mulheres na CR (números absolutos e porcentagens); 8) PC por grupo da CR; 9) opinião dos autores quanto ao benefício da utilização da CR e dos índices dos PCs; 10) limitações dos estudos; 11) vieses.

SÍNTESE DE DADOS

A TC global média foi de 54,5%. As análises feitas a partir dos grupos da CR demonstram que existem segmentos de mulheres com maiores riscos e vulnerabilidades à indicação do PC (G5-G10) - principalmente aqueles que possuem história prévia de cesárea (G5 80%). Paradoxalmente, grupos que possuem menores riscos para indicação de PC também demonstram altos números quanto à TC (G1 35,4%, G2 66,1%, G4 48%).

CONCLUSÕES

Para os autores, a CR auxilia na avaliação da indicação do PC, assim como na avaliação contínua da prestação da assistência materna, corroborando para a criação de medidas que venham a diminuir a TC. A quantidade de informações necessárias para realizar a CR traz um problema na utilização de bancos de dados de forma retrospectiva, pois caso alguma variável seja faltosa, não é possível realizar a CR naquela mulher. É possível verificar que o número de PC no Brasil ainda se encontra longe dos valores esperados. São necessários estudos mais aprofundados sobre as indicações do PC no Brasil.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

MOISÉS DANTAS CARTAXO DE ABREU PEREIRA, LINDALVA COELHO DE CARVALHO, GABRIELA TEJO BEZERRA RIBEIRO NOGUEIRA, EDUARDO SÉRGIO SOARES SOUSA