60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

HÍMEM IMPERFURADO COMO CAUSA DE AMENORRÉIA PRIMÁRIA – UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

O hímen é uma estrutura anatômica que corresponde ao vestígio membranoso da junção entre os bulbos sinovaginais e o seio urogenital. Embora o hímen imperfurado esteja entre as malformações mais frequentes com obstrução do trato genital feminino, a incidência está entre 0,05 a 0,1% na população geral, e nem sempre o diagnóstico precoce é realizado. Ao final do período puberal, especificamente a menarca destas adolescentes, ocorre com fluxo menstrual que permanece aprisionado no canal vaginal, com possível evolução para hematométrio e hematossalpinge. O quadro clínico apresenta, dor cíclica abdominal e ou perineal, associado com dor ou desconforto retal e vesical. Estas queixas associadas com amenorréia primária, amiúde evoluem com menstruação retrógada e até endometriose. A seguir, relato de caso aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob CAAE nº 47208921.6.0000.5300.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Adolescente feminina, 14 anos, acompanhada pela avó, deu entrada no serviço de emergência ginecológica com queixa de dor perianal, há 8 meses, com irradiação lombar e episódios de enterorragia. Evoluiu com piora progressiva da dor nos dois últimos meses, sem alívio com analgesia na última semana. Negou menarca. Ao exame físico, foi identificado hímen imperfurado, associado com abaulamento em região perineal. O exame de ultrassonografia de abdome total identificou conteúdo espesso e homogêneo com paredes espessadas, volume de 708cc, localizado na região retrovesical que se continuava alcançando topografia do mesogastro, sem vascularização ao doppler. Conclusão do laudo: Imagem compatível com hematométrio.
Como conduta, foi realizada drenagem de hematométrio, através de incisão do hímen imperfurado utilizando bisturi. A medida estimada da drenagem foi de aproximadamente 1 litro de sangue espesso de coloração rubra. No pós-operatório imediato houve remissão da queixa inicial de dor perineal. Para o acompanhamento foi encaminhada ao ambulatório de ginecologia.

COMENTÁRIOS

No âmbito das anormalidades himenais, é percebido a importância da investigação diagnóstica de amenorréia primária. Valorizar a queixa de dor pélvica, abdominal ou perineal, associada a atrasos na menarca em meninas com desenvolvimento dos caracteres secundários normal, é de extrema relevância uma vez que, atrasos na investigação, pode corresponder a comprometimento da qualidade de vida tanto precoce quanto tardia, envolvendo a endometriose, ainda que na adolescência.

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Vanessa Cavalcante e Silva, Ariane Velasco Machado, Leanara Amaro Rocha, Ivanir Karina Noia, Luana Caroline Gonçalves Barbosa, Jason Silva Junior, Ivanice Fernandes Barcellos Gemelli