Dados do Trabalho
TÍTULO
ANÁLISE COMPARATIVA DOS EXAMES DE MAMOGRAFIA E SUA RELAÇÃO COM A PANDEMIA DE COVID-19 NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
OBJETIVO
Avaliar o impacto da pandemia no rastreamento do câncer de mama no Rio Grande do Sul (RS), diante da pandemia de COVID-19.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal descritivo com base nos dados fornecidos pelo Sistema de Informações do Câncer (SISCAN) no DATASUS acerca dos exames de mamografia realizados entre maio de 2018 e março de 2022 no RS. Os dados foram divididos em dois grupos distintos, de acordo com o período em que os exames foram realizados: G1 (abril de 2019 a fevereiro de 2020, que corresponde ao período pré-pandemia), G2 (março de 2020 a janeiro de 2021, que corresponde ao período da pandemia sem vacina) e G3 (fevereiro de 2021 a dezembro de 2021, que corresponde ao período da pandemia com vacina). Posteriormente, avaliou-se a presença de alterações em ambos os grupos. Os cálculos e a análise foram realizados através de estatística descritiva com proporções simples e médias aritméticas.
RESULTADOS
De um total de 500.231 exames, foram incluídos em G1 197.852 exames, com média mensal de 17.987; em G2, 125.892, com média de 11.445, exames; e, em G3, 176.487, com média mensal de 16.044. Em G1, houve um mínimo de 15.463 exames no mês de julho de 2019 e máximo de 21.085 em dezembro de 2019. Enquanto em G2, o mínimo de exames foi de 5.029 em abril de 2020 e máximo de 18.688 em novembro de 2020. Em G3, obteve-se um mínimo de 11.127, no mês de abril de 2021, e um máximo de 22.132 exames em dezembro de 2021. Analisando resultados, em G1, 1.736 (1,14%) estavam na categoria de BI-RADS 4, 5 ou 6. Já em G2, 1.304 (0,96%), e, em G3, 1.776 (0,99%).
CONCLUSÕES
Os resultados deste estudo demonstram que a pandemia da COVID-19 teve efeitos notáveis na realização dos exames de rastreio para câncer de mama no RS. Pode-se notar que houve uma redução considerável na média de exames realizados no período pandêmico, em comparação com o período anterior; seguida de uma normalização nos índices após o início da vacinação. Também percebe-se que uma possível demanda reprimida tenha se formado no período da pandemia, pelo número de exames feitos, no entanto, não constatou-se um aumento de exames em G3 que correspondesse à demanda reprimida em G2. Portanto, pode-se inferir que existe o risco de uma sobrecarga em potencial da doença para os próximos anos no RS.
Área
GINECOLOGIA - Mastologia
Autores
Nathália Fritsch-Camargo, Arthur Henrique Weiler Furlanetto, Nadiessa Dorneles Almeida