60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

INTERNAÇÕES POR SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA

OBJETIVO

A sífilis congênita apresenta 20 mil novos casos por ano no Brasil, sendo uma doença de notificação compulsória. Entre seus principais fatores de risco destaca-se a não realização ou a má adesão ao pré-natal. As consequências da doença para o recém-nascido podem trazer vários desfechos desfavoráveis, o que explica a importância de se reconhecer e tratar precocemente a infecção durante a gestação e no período neonatal, bem como analisar a prevalência da doença no Brasil.

MÉTODOS

Estudo descritivo e retrospectivo sobre o número de internações por sífilis congênita no Brasil nos anos de 2010 a 2021. Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). As variáveis utilizadas foram número de internações, unidade de federação, sexo, faixa etária e raça. Não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.

RESULTADOS

A partir dos dados analisados, constatou-se, no Brasil, um total de 148.469 internações por sífilis congênita na última década. A região com maior número de internações foi a Sudeste com 48.768 internações (38,13%); em seguida, a Nordeste com 44.385 (35%) e a Norte com 16.815 (11,32%). As regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram 16.585 internações (11,17%) e 6.463 internações (4,35%), respectivamente. Do total de internações, 51,9% eram do sexo feminino (77.195 internações) e 48% eram do sexo masculino (71.274 internações). A faixa etária com mais internações foi a de menores de 1 ano de idade, representando 97,91% do número total; em seguida, a partir dos 20 anos (1,25%) e de 1 a 9 anos (0,51%). Jovens entre 10 e 19 anos representaram o menor número de internações, com 459 no total (0,3%). Em relação a raça, houve um predomínio de internações de pacientes de raça parda - 56.458 (38%) -, em comparação à branca - 26.588 internações (17,9%) - e a negra - 2.518 internações (1,69%).

CONCLUSÕES

A partir dos dados do estudo, observou-se uma maior prevalência de internações na região Sudeste e o sexo feminino foi o mais acometido. Ao encontro do esperado, o maior número de internações foi de menores de 1 ano de idade e os casos de sífilis congênita tardia representaram menor quantia. A maioria dos casos se desenvolve pela má adesão ao pré-natal pela mãe ou pelo tratamento inadequado para a sífilis, antes ou durante a gravidez. Dessa forma, políticas públicas de prevenção e tratamento são fundamentais para diminuir o número de casos e internações.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Grazieli Sassi, Victória Zamprogna , Bruna Zanatta de Freitas, Eduardo Cattapan Piovesan, Laura Paggiarin Skonieski, Elisa Presotto Costacurta, Caroline Antoniollo Vargas, Rafaela Amaro Link