60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

PRESCRIÇÃO DE MÉTODOS PARA O ALÍVIO DA DOR EM UMA MATERNIDADE DE RISCO HABITUAL NA CIDADE DE SALVADOR, BAHIA

OBJETIVO

Avaliar a prevalência de prescrição de métodos para o alívio da dor durante o trabalho de parto e parto em uma maternidade de risco habitual na cidade de Salvador, Bahia, Brasil.

MÉTODOS

Estudo prospectivo, observacional, analítico, que avaliou a dor, com a Escala Visual Analógica (EVA), no trabalho de parto de gestantes de risco habitual, e a prescrição analgésica, no parto vaginal no centro obstétrico (CO) ou no centro de parto normal (CPN). Estudo aprovado pelo CEP com o CAAE de número 57056822.4.0000.5544.

RESULTADOS

Foram avaliadas 72 puérperas e destas 76% realizaram o parto no CO versus 17 (24%) no CPN. Nos dois grupos a idade média foi de 24 anos, a raça parda (58,18%) foi mais frequente no CO versus a raça preta no CPN (52,94%). A maior parte das gestantes se considerou solteira (63,64% versus 64,71%). O nível de escolaridade mais frequente foi o segundo grau completo (43,64% versus 52,94). No CO 43 (78,18%) relataram não ter morbidades versus 16 (94,12%) no CPN. A idade gestacional média foi 38 semanas no CO versus 39 no CPN. A média de duração do trabalho de parto (TP) foi de 13,96 horas (2-33) no CO versus 14,23 horas no CPN (6-39). A média de permanência na maternidade foi de 8 horas (1-25) no CO e de 7,64 (1-26) no CPN. Na chegada na maternidade a média de dor foi de 8,65 no CO versus 8,88 no CPN. Nos dois grupos aproximadamente 60% não solicitou analgesia. O parto foi realizado por médico e enfermeiro trabalhando conjuntamente no CO (65,45) e exclusivamente pelo enfermeiro no CPN (70,59%). A demora na prescrição de ANF no CO foi de 4,90 (1 – 20) horas e no CPN de 5,50 (0 – 12) horas. Após a prescrição de analgésicos não farmacológicos (ANF) a EVA no CO foi de 7,52 (4 – 10) versus 7,13 (4 – 10) no CPN. Nenhuma das pacientes do CPN recebeu analgesia farmacológica (AF) mesmo referindo dor intensa. A demora para a prescrição de AF foi de 11,25 (4-15) horas. Apenas 10,9% das pacientes do CO receberam AF. Duas recusaram a prescrição. Após AF a EVA foi de 4,25.

CONCLUSÕES

A assistência analgésica farmacológica deve ser aprimorada. Houve uma grande demora na prescrição de ANF e AF. Os partos que receberam analgesia farmacológica foram apenas os partos demorados. São necessários protocolos institucionais que determinem a pronta prescrição e sem demoras de ANF e AF.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Juan Ignacio Calcagno, Amado Nizarala Ávila, Laiane Santos Santana, Iaslane Bonfim Cerqueira, Janli Kelly Pereira Fontes Santos, Elizangela Santana Santos Dias, Pâmela Nicole Silva Lima, Delce Sampaio Oliveira Neta