Dados do Trabalho
TÍTULO
A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE PARTO NA ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA: IMPACTOS E DESAFIOS
OBJETIVO
Avaliar a implementação do Plano de Parto e seus impactos na assistência às gestantes acompanhadas em um pré-natal escola.
MÉTODOS
Trata-se de estudo prospectivo, originado de um projeto de extensão com interface em pesquisa, aprovado pelo CEP (CAAE:41162620.3.0000.5133).Foram elegíveis todas as pacientes assistidas em um pré-natal escola, entre agosto de 2021 a setembro de 2022, com pelo menos 28 semanas de gestação e não pertencentes ao grupo de alto risco obstétrico. Ao preencherem esses critérios e estarem de acordo em participar do estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para serem incluídas em um grupo virtual de reuniões, com oferta de quizzes lúdicos. Inicialmente, cada gestante preencheu um formulário para mapeamento epidemiológico e identificação do grau de conhecimentos prévios. Em sequência, oficinas quinzenais eram realizadas e assuntos relevantes, como os mecanismos da dor nas contrações e de que forma aliviá-la, puderam ser esclarecidos. Após os encontros, cada gestante produziu seu próprio plano de parto com base na bagagem adquirida. Por fim, novo formulário foi aplicado para mensurar a curva de aprendizado e sua aplicabilidade.
RESULTADOS
De um espaço amostral de 342 pacientes, 120 (35,08%) foram elegíveis e 90 delas (79,2%) aceitaram participar e foram incluídas. Dessas, houve perda de seguimento de 41 gestantes (45,5%), 30 (33,3%) concluíram todas as etapas e as demais ainda estão sendo assistidas pelo projeto. A média de idade das participantes foi de 27,4 anos, 33 (36,6%) recebiam até 1 salário mínimo de renda, 11 (12,2%) concluíram o ensino superior e apenas 4 (4,4%) possuíam profissão remunerada. Entre as 30 mulheres que completaram todas as fases até a construção do Plano de Parto, 21 (70%) tiveram parto normal e 20 (66,6%) levaram o Plano de Parto para o hospital. Com relação aos impactos das oficinas na assistência das pacientes, 19 (63,3%) puderam escolher a posição de parto, 27 (90%) se movimentaram livremente e 28 (93,3%) não tiveram qualquer pressão aplicada sobre suas barrigas para agilizar o nascimento. A perda de seguimento de 41 gestantes foi justificada pela falta de tempo e pela dificuldade de acesso à internet para acompanhar as reuniões.
CONCLUSÕES
A construção do Plano de Parto impactou positivamente a experiência do parto vivenciada pelo grupo de estudo. A perda de seguimento pode estar relacionada a questões de escolaridade e renda, já que o meio virtual no qual os encontros eram realizados ainda não tem alcance universal.
Área
OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas
Autores
LARISSA Milani Coutinho, Odete Pregal Monteiro Candido, Luiza Cunha Martins, Sirleide Corrêa Rangel, Carolina Frederico Lessa, Henrique Diório de Souza , Alanna Fernandes Paraíso