Dados do Trabalho

TÍTULO

Monkeypox vírus e transmissão vertical: o que sabemos até o momento?

OBJETIVO

Compreender a possibilidade de transmissão vertical do Monkeypox vírus durante a gestação.

FONTE DE DADOS

Foram buscados artigos científicos na base de dados PubMed, sem restrição de idioma e com filtro de tempo entre 2017 e 2022. Utilizou-se os descritores “monkeypox AND pregnancy”.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Obteve-se um total de 14 artigos, e após análise dos títulos e resumos, foram excluídos aqueles que não correspondiam à pesquisa. Sendo selecionados 8 artigos para a revisão, uma vez que atendiam ao recorte temporal e a temática abordada.

COLETA DE DADOS

Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa da literatura, orientada por cinco etapas: escolha do tema e da questão da pesquisa; estabelecimento dos critérios de inclusão, exclusão e busca na base de dados; avaliação dos estudos incluídos na revisão e síntese.

SÍNTESE DE DADOS

O Monkeypox vírus (MPXV) pertence ao gênero orthopoxvirus, agente causador do surto da varíola dos macacos. Os pesquisadores acreditam que o MPXV ultrapasse a barreira placentária via fusão viral com trofoblastos, o que permite que o DNA viral seja internalizado e danifique as células hospedeiras, podendo atingir a corrente sanguínea fetal. Um estudo realizado na África com quatro mulheres grávidas, comprovadamente infectadas por MPXV, evidenciou 3 resultados adversos dentre as que apresentavam a doença moderada ou grave. Ocorreram dois abortos espontâneos no primeiro trimestre e um no segundo, em que foi observado uma possível transmissão vertical, visto que o feto natimorto apresentava erupção vesicular, hepatomegalia, hidropsia e alta carga viral detectadas em tecido fetal, cordão umbilical e placenta. Observou-se também um relato de caso semelhante, em que uma mulher infectada com 24 semanas de gestação evoluiu com parto seis semanas depois e o prematuro apresentou ampla erupção cutânea típica do MPXV. Ademais, o MPXV está relacionado a elevada morbimortalidade materna e perinatal, compreendendo aborto espontâneo, morte fetal e parto pré-termo.

CONCLUSÕES

Apesar de poucos estudos realizados acerca da transmissão vertical da varíola dos macacos, são evidentes os desfechos negativos para o binômio materno-fetal. Logo, é necessário que mais casos sejam estudados visando evitar complicações e garantindo um melhor prognóstico.