60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

CARCINOMA NEUROENDÓCRINO DE PEQUENAS CÉLULAS DO ENDOMÉTRIO - RELATO DE CASO

CONTEXTO

Carcinoma de pequenas células são neoplasias malignas predominantemente identificadas nos pulmões. Esses tumores são agressivos, podem acometer o trato genital feminino e muito raramente o endométrio, correspondendo a menos de 1% de todos os carcinomas endometriais. O carcinoma neuroendócrino de pequenas células do endométrio se difere do adenocarcinoma endometrial e tem maior propensão para metástases e prognóstico desfavorável. De modo geral, as pacientes são acometidas na sexta década de vida, apresentando dor pélvica e hemorragia. O diagnóstico é realizado através da imunohistoquímica.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Uma mulher de 81 anos, G3PN3, hipertensa, diabética tipo 2, obesa, foi referenciada ao serviço de ginecologia devido a queixa de sangramento vaginal com duração de 3 semanas e resolução espontânea, em janeiro de 2022. Na consulta, trouxe ecografia transvaginal, realizada no mesmo período, evidenciando espessura endometrial de 12 mm com mínimas áreas císticas de permeio. Ao exame físico ginecológico foi identificado, no exame especular, área vegetante friável com necrose e sangramento, medindo cerca de 5 cm, localizada em parede vaginal à direita. Não foram identificadas alterações em colo uterino. Realizada biópsia de lesão e de endométrio, com resultado do anatomopatológico e imuno-histoquímica confirmando tumor neuroendócrino de pequenas células de endométrio. Prosseguiu-se com ressonância magnética, que evidenciou formação expansiva no endométrio, medindo 4,3 cm x 2 cm, com realce heterogêneo pelo meio de contraste, relacionado à neoplasia primária. Também mostrou formação expansiva ocupando canal vaginal e múltiplas imagens nodulares no parênquima hepático, suspeitas de implantes secundários. Paciente foi encaminhada para avaliação da equipe de oncologia com vistas à cirurgia e terapia adjuvante.

COMENTÁRIOS

A despeito de não haver dados estabelecidos em relação aos fatores prognósticos associados ao carcinoma neuroendócrino de endométrio devido sua raridade, ele é frequentemente diagnosticado em estádios avançados, conferindo um pior prognóstico. Ademais, não há regime terapêutico baseado em evidências devido sua rara incidência. No entanto, existe uma tendência ao tratamento com cirurgia completa em todos os estadiamentos, associada a adjuvância com quimioterapia ou radioterapia. Embora o carcinoma neuroendócrino de pequenas células seja uma patologia rara, deve ser considerada como diagnóstico diferencial em pacientes na pós menopausa com sangramento vaginal.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Rodrigo Rossi Balbinotti, Renata Rauber Felkl, Thabata Chiele, Julyana Lunardi Mousquer, Bruna Gaspari, Maraya Ribeiro Mendes, Marina Passuelo Gazzola